Foram encontrados fragmentos de ossos e fios de cabelo nas fezes da onça-pintada que atacou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, no Pantanal. O material foi encaminhado para perícia, que vai extrair material genético e realizar exame de comparação com o DNA de “Jorginho”.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Luis Fernando Mesquita, ainda não é possível afirmar se os vestígios são humanos. “São exames complexos e, neste caso, como se trata de algo muito sensível, estamos prezando pela qualidade do trabalho”, disse em entrevista ao Campo Grande News.
Ainda conforme o delegado, não há prazo definido para conclusão da análise. O material foi entregue à Polícia Civil no dia 25 de abril, um dia após a captura da onça na região do pesqueiro Touro Morto. “São laudos que, possivelmente servirão, inclusive, para estudos científicos posteriormente”, finalizou o delegado.
Desde então, o felino passou por uma bateria de exames. O animal, que tem cerca de nove anos, está abaixo do peso, mas consome toda a alimentação deixada no recinto. Ele segue estável e é monitorado por câmeras.

Além dos exames de sangue, o ultrassom abdominal apontou alterações agudas no fígado e nos rins, sem sinais de insuficiência até o momento. O laudo do material coletado também indica alterações semelhantes às vistas no exame de imagem, além de um quadro de anemia leve.
Caso – Jorge Ávalo foi atacado por onça-pintada nas primeiras horas da segunda-feira (21). A denúncia foi feita por um guia de pesca local, que havia se dirigido ao rancho para adquirir mel com o caseiro.

Ao estranhar sua ausência, encontrou vestígios de sangue e pegadas de animal silvestre de grande porte nas proximidades. As imagens foram enviadas à PMA e também circularam nas redes sociais. Verificou-se que a propriedade contava com sistema de câmeras de segurança, porém os equipamentos não estavam em funcionamento no momento do ocorrido.
Equipes da PMA de Corumbá, Miranda e Aquidauana seguiram até o local, acessível apenas por embarcação – com trajeto de cerca de duas horas a partir do porto de Miranda – ou por aeronave. No local, os policiais encontraram os vestígios e acionaram o GPA (Grupamento Aéreo da Polícia Militar) e a Polícia Civil, que transportaram o delegado e o perito criminal até o pesqueiro.
