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Após 39 mortes de crianças, governo de MS é obrigado a criar leitos em 60 dias

No prazo de 60 dias, o Governo de Mato Grosso do Sul deverá adotar medidas para aumentar a quantidade de leitos para crianças em hospitais de todo o Estado, por ordem da Justiça Estadual. Se não cumprir, terá que pagar multa diária de R$ 100 mil, limitada a R$ 5 milhões.

A ação judicial foi movida pelo Ministério Público Estadual diante do aumento do número de mortes de crianças por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) – a soma atualizada na última quarta-feira (25) é de 39 óbitos apenas entre menores de um ano até 9 anos de idade em todo o Estado, de acordo com dados de 1º de janeiro a 25 de junho divulgados no Painel Mais da SES (Secretaria Estadual de Saúde).

Antes de tomar medidas para ampliar a quantidade de vagas hospitalares, o Estado deverá apresentar à Justiça um plano emergencial para conter o problema, que também deverá prever profissionais de saúde para dar assistência aos pacientes. Os leitos terão que ser dos tipos clínico e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Superlotação, omissão e sobrecarga – Promotora de Justiça responsável pela ação, Daniella Costa Silva afirma que a superlotação nos hospitais é crônica e que o poder público é alertado sobre ela desde 2022, sem adotar nenhuma medida que dê conta de resolver estruturalmente o problema.

A promotora ainda alertou para as crianças internadas em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e nos corredores, inclusive com ventilação de oxigênio improvisada, enquanto aguardam a liberação de vagas em locais adequados.

Após 39 mortes de crianças, Estado é obrigado a criar leitos em 60 dias
Fotos e legenda: Reprodução/Inquérito MPMS.

O juiz entendeu que a repetição do colapso pediátrico por três anos caracteriza omissão prolongada e sobrecarrega a rede pública de Campo Grande devido à falta de estrutura em Três Lagoas, Dourados e Corumbá e necessidade de transportar pacientes dessas regiões até a Capital.

Propostas – O próprio Ministério Público sugeriu quatro medidas para contornar o problema:

  • Criar 30 leitos de UTI e 30 leitos clínicos pediátricos permanentes nas principais cidades.
  • Identificar precisamente qual é a demanda de leitos para a população com base em dados sociais e de saúde;
  • Distribuir de forma equilibrada a quantidade de leitos por todo o Estado, evitando sobrecarregar a Capital;
  • Elaborar um cronograma com orçamento definido para garantir a viabilidade das ações.

Medidas até agora – À Justiça, o Estado argumentou que prepara um plano pela Rede Alyne, programa do Governo Federal que destina recursos para reduzir mortes de mães, recém-nascidos e crianças. Porém, a previsão de pactuação a ele é somente em agosto de 2025, com a implementação podendo se arrastar até o ano que vem.

Em maio deste ano, a SES anunciou ter ativado mais 10 leitos pediátricos no Hospital Regional de Três Lagoas para atender à demanda no interior. Fez, ainda, mais contratações de pediatras para ampliar o atendimento às crianças no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande.

A reportagem falou com a assessoria de imprensa da pasta e aguarda posicionamento sobre a determinação judicial.

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