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Enfermeira é agredida por paciente psiquiátrico e fica desacordada em MS

Enfermeira foi agredida por um paciente psiquiátrico na noite deste domingo (17), na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, em Campo Grande. A profissional ficou desacordada e precisou ser submetida a exame de tomografia.

Segundo o presidente do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem), Ângelo Macedo, a profissional estava na enfermaria, digitando, quando o paciente se levantou do leito e a atacou com um soco no rosto.

“Infelizmente fomos mais uma vez provocados por conta de uma agressão de um paciente do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) na UPA do Leblon. Ele simplesmente se levantou do leito, foi até a enfermeira e deu um soco, deixando-a desacordada. Em seguida, voltou a se deitar como se nada tivesse acontecido”, relatou Macedo.

De acordo com o sindicato, a enfermeira foi levada para a área vermelha da unidade, recebeu os primeiros cuidados e depois encaminhada ao hospital para realizar tomografia. O paciente, diagnosticado com esquizofrenia e usuário de drogas, estava internado sem contenção física ou química.

Ângelo Macedo questionou a falta de protocolos de segurança para os profissionais de saúde. “Eu me pergunto até quando a gestão, a secretária de saúde e a coordenação da saúde mental vão expor dessa maneira o trabalhador. São pessoas que saem de casa para prestar cuidado e acabam agredidas por pacientes. Essa conduta sem protocolo algum nos expõe constantemente a esse tipo de violência”, afirmou.

Segundo ele, as consequências emocionais para quem sofre esse tipo de agressão são graves e duradouras. “A profissional precisou ser atendida, encaminhada ao hospital e provavelmente hoje está muito abalada. Muitos acabam precisando se afastar, sofrem prejuízos financeiros e, em vários casos, passam a vida tomando medicação controlada para suportar as sequelas”, disse.

O dirigente sindical também criticou a forma como pacientes psiquiátricos são mantidos nas UPAs e CRSs (Centros Regionais de Saúde). “As UPAs estão sendo usadas como depósitos para esses pacientes, enquanto aguardam vaga em Caps de referência. Mas o serviço não tem estrutura alguma para dar esse suporte. Querem que esses pacientes fiquem como se estivessem em uma clínica adequada, mas não é o caso”, declarou.

Ele lembrou que a UPA foi criada para atendimentos de emergência e não para internações prolongadas. “É uma unidade de pronto atendimento, que não foi pensada para manter pacientes mais de 24 horas, muito menos psiquiátricos. No entanto, eles permanecem dias, até semanas, deambulando, saindo para fumar cigarro ou usar drogas”, criticou.

Para Macedo, o cenário é grave e pode levar a consequências ainda piores. “Infelizmente, estamos diante de uma crise institucional. Estamos no limiar de uma tragédia dentro da saúde pública de Campo Grande. E eu repito a pergunta: até quando?”, concluiu.

A ocorrência foi atendida por uma equipe da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Segundo Ângelo, um boletim de ocorrência será registrado na Polícia Civil.

A reportagem do site Campo Grande News, entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), por meio da assessoria de imprensa, para obter informações sobre os protocolos adotados em UPAs para pacientes psiquiátricos e também sobre o estado de saúde da enfermeira agredida e aguarda retorno.

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