Criado para promover a sustentabilidade em clubes de futebol e o gasto consciente, o modelo ainda não é adotado em todos os países; confira os detalhes.
Fair Play Financeiro: entenda como funciona e sua inovação no futebol
O Fair Play Financeiro foi criado para evitar o doping financeiro e promover o crescimento sustentável dos clubes, porém, ainda não é adotado em todos os países.
Portanto, a inovação no futebol moderno passa tanto pela organização administrativa quanto pelo crescimento de setores como o das apostas esportivas, que geram receitas significativas para muitas equipes. Pratique o jogo seguro.
As principais ligas europeias já aplicam o Fair Play Financeiro por meio de regulamentos estabelecidos por suas respectivas federações. Assim, cada país
adota suas próprias normas, complementadas, naturalmente, pelas diretrizes da própria UEFA.
Vale destacar que as equipes que não estiverem dentro do Fair Play podem receber vários tipos de punições, que vão desde multa e perda de pontos até rebaixamento.
Exemplos pela Europa
No caso da La Liga, o Campeonato Espanhol, os clubes não podem ultrapassar 70% das receitas previstas. Outro ponto é que a dívida líquida não pode ultrapassar a receita total e, além disso, exige-se que o saldo entre compras e vendas não atinja 100 milhões de euros.
Já na Inglaterra, a Premier League limita os prejuízos das equipes em até 15 milhões de libras. Além disso, existe um limite de gastos de 85% das receitas para salários, encargos, pagamento de agentes e amortizações. Outra questão é que existe um teto para salários que não pode ultrapassar em cinco vezes a menor receita da liga.
No caso da UEFA, a entidade implementou o sistema em 2009, com algumas mudanças em 2022. O órgão exige declarações dos clubes de que não existem atrasos em pagamentos durante três períodos do ano: julho, outubro e janeiro. Outro ponto é o limite de prejuízos de até 60 milhões de euros acumulados em até três temporadas.
Fair Play Financeiro no Brasil: CBF debate com clubes
A CBF pretende criar o Fair Play Financeiro no futebol brasileiro e passou a discutir com os clubes um plano de elaboração. Dessa forma, criaram um Grupo de Trabalho, que conta com 28 equipes e oito federações.
Dentre as equipes, 16 são participantes da elite do futebol nacional, o Campeonato Brasileiro Série A, além de 12 clubes que disputam a Série B.
“Nossa gestão será marcada por enfrentar com seriedade os problemas estruturais do nosso futebol. E, para isso, é fundamental criar um ambiente mais equilibrado e responsável financeiramente. Esse engajamento mostra que estamos no caminho
certo: construindo juntos um futebol mais sólido e sustentável”, disse o presidente da CBF, Samir Xaud.
É importante destacar que Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, também deu declarações que pretende implementar o Fair Play Financeiro nas competições sul-americanas.
“Temos que cuidar muito bem da saúde do nosso futebol. De nada serve ou vai servir gerar dinheiro e investir, com os clubes ficando cada vez mais endividados. Então, o próximo passo é inovar e implementar o fair play financeiro. É tempo que a história mude. Não queremos clubes endividados”, disse o presidente da CONMEBOL.
Portanto, o tema vem ganhando cada vez mais espaço no futebol sul-americano, e a expectativa é que o Brasil aprofunde o debate para, em breve, estabelecer suas próprias regras.