Uma história de coragem, fé e redescoberta de quem chegou aos 51 e hoje, aos 56, segue pedalando pela vida.
Parte I – A Solitude e a Bicicleta: Quando o Recomeço Foi em Duas Rodas
Em 2020, aos 51 anos, Alenice Rocho dos Santos chegou sozinha a Chapadão do Sul.
Trazia na bagagem coragem, fé e um coração cheio de incertezas — mas também a esperança de recomeçar.
Em uma nova cidade, longe da família e dos afetos, teve de aprender a transformar o silêncio em força.
Sem carro, sem companhia e sem medo, foi com uma bicicleta simples que ela começou a reconstruir seus dias.
Mais do que um meio de transporte, tornou-se sua companheira de jornada — amiga fiel nas idas e vindas, confidente das reflexões e testemunha das lágrimas e das orações.
“Era a minha única forma de ir e vir. Mas também era meu momento de pensar, respirar e sentir que eu ainda estava viva”, recorda.
Cada pedalada era um diálogo com Deus, um desabafo com o vento.
Entre as estradas de terra e o horizonte do cerrado, Alenice descobriu que o caminho mais difícil não é o de fora — é o de dentro.
E que a solidão, quando acolhida, se transforma em solitude — um estado de paz, aprendizado e presença.
> “Aprendi que estar só não é o mesmo que estar vazia. Foi pedalando que me reencontrei, que percebi que a solidão também ensina.”
A bicicleta, antes necessidade, virou símbolo.
Representa o início de uma nova fase, o tempo em que ela aprendeu a ser suficiente — e a encontrar beleza até nas estradas mais longas.
Parte II – O Movimento Que Cura: A Vida aos 56 Anos Pedalando
Hoje, aos 56 anos, o pedal já não é mais sobrevivência — é celebração.
O corpo continua firme, o olhar mais sereno, e o coração, cheio de gratidão.
A bicicleta permanece — agora como metáfora viva da liberdade conquistada com suor, fé e persistência.
> “Pedalar é o meu tempo comigo mesma. É o vento no rosto dizendo que ainda há caminhos novos para descobrir.”
Alenice transformou o simples ato de pedalar em ritual de vida.
Cada trajeto é uma prece silenciosa, uma conversa íntima com Deus.
Sob o céu dourado de Chapadão do Sul, ela segue firme — equilibrando passado e presente, lembranças e conquistas.
Para sua familia é exemplo de vitalidade, fé e superação.
> “Enquanto pedalo, penso na vida, nos meus projetos e em tudo que conquistei. Aprendi que a idade não limita: inspira.”
O Pedal Como Símbolo de Vida
Entre os 51 e os 56, muita coisa mudou — menos a coragem.
Alenice continua pedalando, agora com o coração leve e a alma fortalecida.
Cada rua, cada volta, cada amanhecer é lembrança de que a vida é movimento, e a fé é o que nos mantém em pé.
> “Enquanto eu puder pedalar, continuarei seguindo — não para fugir da solidão, mas para celebrar a vida.”
Texto e vivência: Alenice Rocho dos Santos
Chapadão do Sul – MS
📖 Professora