O peão de rodeio cassilandense Cléber Henrique Marques, conhecido como Bim, está na liderança da PBR brasileira e foi convocado para participar da PBR americana (Professional Bull Riders). Bim está vivendo um momento de grande sucesso após superar um grave acidente.
O apelido “Bim” surgiu na infância, transformado de “Clebim”. Bim começou a brincar de montar bezerros aos 4 ou 5 anos. Após um tombo que lhe deu medo, ele voltou a montar escondido da mãe aos 9 ou 10 anos. O primeiro rodeio profissional de Bim foi em Paranaíba, por volta de 2018, quando ele ainda era menor de idade. Ele precisou ser emancipado para participar. Bim ganhou nesse primeiro rodeio que competiu, faturando uma moto. Ao todo, Bim já ganhou sete motocicletas, mas nunca ganhou um carro. Ele ressaltou que, atualmente, os prêmios em dinheiro são preferidos, pois evitam a dor de cabeça e a perda de valor na venda e documentação de veículos, citando que ganhar o dinheiro é “muito melhor”.
A superação de um acidente grave:
Em Salto de Pirapora, antes da final de Barretos deste ano (2025), Bim sofreu um acidente grave. Ele quebrou a lateral do nariz e embaixo do olho. Foi necessário realizar uma cirurgia para retirar um pedaço de osso que, se deixado, poderia cortar uma veia do olho e causar a perda da visão. Bim ficou 45 minutos desacordado após o acidente. Durante a recuperação, ele perdeu temporariamente a visão e teve muita dificuldade para se adaptar. Ele chegou a chorar ao ter dificuldade em realizar tarefas simples, como encher um balde de ração. Os médicos chegaram a dizer que ele teria apenas um reflexo normal e uma visão embaçada. No entanto, após 25 dias, ele voltou a montar, mesmo antes da liberação médica completa.
Liderança na PBR e convocação para os EUA:
Quarenta dias após o acidente, Bim retornou às montarias. Ele participou da final da PBR em Barretos e conquistou o terceiro lugar no rodeio internacional. Nesta temporada da PBR, Bim foi campeão em quatro etapas: bicampeão em Uberlândia, bicampeão em Jaguariúna, campeão em Piracaia e campeão em Extrema. Bim está liderando o ranking da PBR brasileira com uma vantagem de quase 190 pontos sobre o segundo colocado. Devido à sua pontuação na PBR brasileira, Bim recebeu uma mensagem sendo convocado para o Unleash The Beast da PBR americana. Ele tem vagas garantidas para quatro competições: duas em dezembro e duas em janeiro. Bim embarca já na próxima quinta-feira, dia 20 de novembro.
O desafio dos touros americanos:
Bim explicou que os touros americanos são “muito mais rápidos” e mais fortes que os do Brasil, apesar de serem de baixa estatura. No entanto, ele considera que o ritmo é mais fácil de acompanhar se o peão se adapta. Os bois de lá são considerados “mais fiel” (fiéis) e não mudam muito a direção, diferentemente dos touros brasileiros, que são mais fortes e mudam mais a direção.
Rivalidade e Amizade:
Bim destacou que não há rivalidade entre ele e o Léo (Leonardo Castro Ferreira), outro peão cassilandense que participa da PBR americana. Eles são amigos e se respeitam bastante. Bim considera Léo um “peão duro” e muito bom no que faz. Ainda sobre Léo, uma notícia que chegou durante a entrevista de Bim no Programa Rotativa no Ar, da Rádio Patriarca, nesta terça-feira, 11 de novembro, é de que ele, que também estaria retornando para a PBR americana para competir junto com Bim, rompeu o ligamento do joelho, provavelmente em sua propriedade, e terá que passar por cirurgia, fazendo ele perder essas etapas da competição americana.
Autocrítica:
Bim reconheceu que seu maior defeito em cima do touro é a dificuldade em montar bois “veiacos”, que saem para a frente, prancheando, ou mudam de direção abruptamente. Ele monta melhor em bois mais puladores e rodadores.
