O Sistema CNA/Senar e entidades do setor lançaram, na quarta (12), o “Manifesto pela Sustentabilidade dos Grãos e Fibras do Brasil”.
O lançamento ocorreu no Pavilhão AgroBrasil, espaço do Sistema CNA/Senar localizado na AgriZone, na Embrapa Amazônia Oriental. A quarta-feira (12), no local, foi dedicada aos painéis que debateram desafios, sistemas de produção e sustentabilidade dos grãos no Brasil.
O documento lançado pelas entidades reforça o compromisso da agropecuária brasileira com uma produção sustentável, competitiva e alinhada às demandas do mercado global. Além de destacar o compromisso do agro nacional com a sustentabilidade, a segurança alimentar global e a credibilidade da produção brasileira no cenário internacional.
Assinam o manifesto, além da CNA, a Abramilho, Abrapa, Aprofir Brasil, Aprosoja Brasil, Aprosoja Mato Grosso, Sistema OCB e Sistema Ocepar.
O documento diz que “o Brasil construiu uma agricultura tropical que une ciência e conservação ambiental”.
De acordo com o manifesto, o Brasil construiu, nos últimos cinquenta anos, uma agricultura tropical que multiplicou em até seis vezes a produção de grãos e fibras, com um aumento de 230% na produtividade, impulsionado por avanços científicos e tecnológicos.
O texto destaca que práticas como o plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta e a fixação biológica de nitrogênio fazem parte da rotina das fazendas brasileiras e permite ganhos produtivos com menor impacto ambiental.
Além disso, afirma que, sem essas tecnologias, o país precisaria de 219 milhões de hectares adicionais para produzir o mesmo volume atual, e que isso reforça a eficiência da agricultura tropical. Outro ponto abordado é o papel do produtor rural na preservação ambiental, já que 29% de toda vegetação nativa brasileira está protegida dentro das propriedades rurais e forma a maior governança privada de áreas nativas do mundo.
A soja é apontada como um dos maiores exemplos da agricultura baseada em ciência, uma vez que a fixação biológica de nitrogênio elimina a necessidade de fertilizantes nitrogenados e evita a emissão de cerca de 260 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano.
No caso do milho, o manifesto ressalta que o Brasil é o único grande produtor mundial capaz de colher três safras anuais, sendo que duas dessas safras de culturas diferentes podem ser feitas no mesmo solo, sem expandir suas áreas cultivadas, o que favorece a diversificação e rotação de culturas, fundamentais para a sustentabilidade dos sistemas agroalimentares.
Já o setor de fibras é citado como um exemplo global de boas práticas. Cerca de 34% do algodão com certificação socioambiental no mundo é brasileiro, auditado por empresas independentes e submetido a quase 200 critérios de conformidade social, ambiental e de boas práticas agrícolas.
“Reconhecemos que o futuro da agricultura está na ciência, na inovação e na
valorização de quem produz e preserva. A agricultura brasileira é parte da solução
climática e prova que é possível alimentar o mundo conservando o meio ambiente.
Convidamos governos, instituições e a sociedade a caminhar juntos na construção de
um futuro sustentável, liderado pela agricultura tropical”.
CNA










