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Clima atrasa plantio da soja em Goiás e pode mudar perfil da safra 2025/26

O plantio da soja na safra 2025/26 em Goiás segue atrasado em relação ao ano passado, com uma diferença média de cerca de duas semanas, segundo informações do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG). De acordo com o analista técnico Vilmar Eurípedes da Silva Júnior, a situação varia entre as regiões do estado, mas o atraso é generalizado e tem como principal causa a irregularidade das chuvas no início da temporada.

“As regiões do Sudoeste, como Mineiros, Rio Verde e Jataí, estão praticamente com o plantio encerrado. Já o Sul, Oeste e Leste estão entre 68% e 70% plantados, podendo chegar a 75% nesta semana. O Norte, no entanto, avança lentamente, com cerca de 40% da área semeada”, explica o analista.

Ainda segundo ele, a situação do norte goiano está dentro do esperado, por ser uma região que tradicionalmente realiza o manejo mais tarde devido à menor disponibilidade hídrica. No entanto, neste ano, a irregularidade das chuvas agravou o quadro.

“Há casos de diferença de volume de chuva em poucos quilômetros, o que tem impedido o avanço da semeadura. Alguns produtores que arriscaram o plantio precoce precisaram replantar por conta da germinação irregular e da falta de chuva”, relata Vilmar.

Esse atraso no plantio da soja compromete a janela ideal do milho safrinha, especialmente nas áreas semeadas após novembro. Nas propriedades que avançaram muito nesse mês, o próximo cultivo pode ficar comprometido, já que o ideal é plantar até 20 de fevereiro.

“Ainda teremos uma boa produção na região Sudoeste, mas o total estadual deve cair em relação à safra passada. Diante dessa limitação, deve haver uma mudança no perfil da segunda safra, com a presença maior de culturas como sorgo e girassol, que são menos dependentes de chuvas”, avalia o analista.

Além dos desafios climáticos, os produtores goianos enfrentam dificuldades financeiras. O crédito rural está mais restrito e caro, e muitos iniciaram a nova temporada já endividados. Os custos de produção também subiram, e as garantias exigidas pelos bancos ficaram mais rigorosas.

“Muitos produtores tiveram que oferecer alienação fiduciária para conseguir financiamento e precisam ser cautelosos com o uso de insumos que possam elevar ainda mais os custos de produção, como é o caso de um replantio”, destaca Vilmar.

Dessa forma, a decisão sobre o replantio ou a mudança de cultura dependerá da realidade de cada produtor. “Há casos em que o produtor até considera a mudança para o milho, mas não pode, porque já tem obrigações firmadas com a soja. O ideal seria que, a partir de 15 de dezembro, o foco voltasse para o milho, aproveitando a janela mais produtiva e garantindo melhor rentabilidade. Na prática, o produtor depende de outras variáveis e, muitas vezes, precisa seguir o planejamento anterior”, conclui o analista.

Por:

Ericson Cunha

Fonte:

Notícias Agrícolas

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