“Tudo é possível”. A frase resume o pensamento de Vinícius Corrêa de Almeida, jovem atleta de vôlei que, aos 16 anos, já acumula experiências fora de Mato Grosso do Sul e projeta voos cada vez mais altos no esporte. Nascido em 10 de abril de 2009, em Camapuã (MS), e atualmente morador de Paraíso das Águas (MS), ele constrói sua trajetória com base em disciplina, rotina intensa de treinos e a convicção de que o desenvolvimento vai muito além do talento natural.
O primeiro contato com o vôlei aconteceu de forma simples, ainda na infância. “Desde novo eu já gostava muito do esporte. Com 10 anos, ficava assistindo os adultos jogarem na areia e, às vezes, eles me deixavam participar”, relembra. Sem ter passado inicialmente por escolinhas ou treinamentos formais, Vinícius aprendeu observando, reproduzindo movimentos e absorvendo, na prática, os fundamentos do jogo.
A decisão de levar o esporte a sério veio em 2023, quando começou a treinar vôlei em Paraíso das Águas. Foi nesse período que percebeu que poderia ir além da prática recreativa. “Decidi fazer vôlei na minha cidade e vi que realmente gostava muito e tinha talento. Eu já conseguia executar os fundamentos melhor do que outros atletas que treinavam há mais tempo, mesmo sem nunca ter treinado antes”, contou. A partir dessa constatação, surgiu o desejo de seguir carreira como atleta.
O reconhecimento pessoal se fortaleceu com a participação em competições. “Quando comecei a jogar campeonatos e percebi que me destacava mais do que os outros, mesmo com pouco tempo de vôlei, tive certeza de que esse era o meu caminho”, explicou. A vivência competitiva foi determinante para consolidar o esporte como projeto de vida.
Em 2025, Vinícius defendeu a equipe de Itapagipe, em Minas Gerais, ampliando sua experiência fora do Estado. Já para 2026, o próximo destino será Jacarezinho, no Paraná, onde dará continuidade 
à sua formação esportiva. As mudanças de cidade e de Estado, no entanto, trazem desafios que vão além das quatro linhas da quadra. “As principais dificuldades são a saudade de casa e da família, as lesões e o psicológico. A saudade você sente o tempo todo quando está fora”, relatou.
Segundo o atleta, as lesões também representam um obstáculo importante no processo de evolução.
“A lesão deixa você muito inseguro para tentar fazer tudo o que fazia antes. Leva tempo e descanso para melhorar, e nenhum atleta gosta de ficar parado”, afirmou. Já o aspecto psicológico exige ainda mais preparo. “Quando você faz um jogo ou um treino ruim, isso fica martelando na cabeça, mas é preciso passar por cima para evoluir cada vez mais”, completou.
A rotina de treinos exige organização, disciplina e compromisso com os estudos. Em 2025, Vinícius conciliou o esporte com a vida escolar em uma agenda intensa. “Minha rotina era de segunda a sexta-feira com dois treinos, um às 7h e outro às 18h. Depois do treino da manhã, eu ia para a academia, focando na prevenção de lesões e em trabalhos específicos. No período da tarde, frequentava a escola”, explicou.
Para ele, o estudo é parte fundamental da formação de um atleta. “Nem tudo depende só de talento. Muitas vezes é leitura de jogo. O vôlei exige muito disso para conseguir vencer um time e se destacar”, ressaltou.
Atuando como ponteiro, Vinícius aponta o ataque e o saque como seus principais fundamentos. “Consigo ser muito efetivo nessas ações e contribuir com vários pontos para a minha equipe”, destacou. A busca constante por evolução técnica também passa pela observação de atletas de alto nível. Entre suas referências estão Alan e Darlan, nomes da Seleção Brasileira. “Queria um pouco de cada um: a inteligência do Alan e a impulsão e potência do Darlan. Comecei a analisar cada movimento deles, principalmente no saque, ataque e no tempo de reação para saltar”, contou.
Entre as competições disputadas, uma ocupa lugar especial em sua trajetória. “A Taça Paraná de 2025 foi o meu melhor campeonato individualmente e o maior que já joguei”, relembrou. O torneio representou um marco importante e reforçou o desejo de seguir crescendo no cenário nacional.
Mesmo ainda sem ter representado Mato Grosso do Sul em uma seleção estadual, o objetivo está bem definido. “Ainda não representei o Estado. Joguei campeonatos de federação, como a Copa Pantanal e o Estadual de 2024. 2026 é meu último ano para tentar representar Mato Grosso do Sul no Campeonato Brasileiro de Seleções (CBS), e esse é um sonho que vou fazer de tudo para realizar”, afirmou.
O sonho maior, no entanto, vai além das categorias de base. “Quero chegar ao profissional e buscar a Seleção Brasileira de vôlei”, projetou. Para alcançar esse objetivo, Vinícius reforça a importância da dedicação diária. “É preciso se dedicar muito ao esporte, cuidar do físico, porque no alto rendimento o corpo é o instrumento que te leva ao profissional. O estudo escolar também é fundamental, buscar sempre o melhor caminho, rezar para que Deus mostre esse caminho e ser forte psicologicamente”, concluiu.
De Paraíso das Águas para o Brasil — e, quem sabe, para o mundo — Vinícius Corrêa de Almeida segue escrevendo sua história com trabalho, fé e a certeza de que, com esforço e perseverança, tudo é possível.
Com informações de Esporte Ágil
