A Prefeitura de Alcinópolis–MS decretou nesta segunda-feira (6), situação de emergência em decorrência do incêndio que já devastou 9 mil hectares do Parque Estadual Nascentes do Rio Taquari. A área consumida pelas chamas representa 30% do total de 30 mil hectares. As chamas na unidade de conservação começaram há quase 20 dias (veja vídeo abaixo).
Conforme o decreto, a situação terá validade de 180 dias, já que as condições climáticas, como altas temperaturas, baixa umidade do ar, ventos fortes e vegetação seca, têm contribuído para a propagação dos focos do incêndio que está descontrolado.
Dificuldades de acesso
Segundo a prefeitura e o Corpo de Bombeiros, o fogo se intensificou no último sábado (4) e já atinge áreas críticas do parque, como as regiões conhecidas como Lúcio e Rancho do Planalto, próximas à borda da serra.
Na parte baixa da serra, cerca de 60 pessoas, entre brigadistas e voluntários, atuam em diferentes frentes de trabalho. As condições do terreno, somadas à baixa umidade do ar, dificultam ainda mais o controle do incêndio.
Apesar das dificuldades, o monitoramento é constante e os trabalhos continuam para evitar que o fogo se espalhe.
Área de preservação
O Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari foi criado em 19 de outubro de 1999. A área tem 30 mil hectares e abrange os municípios de Alcinópolis e Costa Rica, região norte de Mato Grosso do Sul, nas divisas com Mato Grosso e Goiás.
Além da importância da unidade de conservação para a preservação do Cerrado, o local também protege a nascente de um dos principais rios do Pantanal, o Taquari. A região também é considerada um importante corredor ecológico entre Cerrado e Pantanal.
O parque abriga, ainda, sítios arqueológicos com vestígios de ocupação humana de até 11 mil anos, incluindo pinturas rupestres encontradas em cavernas e antigas rotas de Peabiru.
➡️Peabiru é uma antiga rota indígena na América do Sul, que ligavam o litoral do Brasil ao planalto boliviano e aos Andes, atravessando o atual Peru. O nome, de origem tupi-guarani, significa “caminho gramado amassado” e a rota era utilizada para comércio, peregrinações espirituais e intercâmbio cultural e religioso entre os povos originários, além de ser explorada por europeus após o século XVI.
