O déficit hídrico atingiu Mato Grosso do Sul, quando 62 dos 64 pontos de monitoramento registraram chuvas abaixo da média histórica. O levantamento foi feito pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) e divulgado no boletim da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) e da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS).
O cenário reflete o impacto do La Niña, fenômeno climático que mantém as precipitações irregulares em grande parte do Estado.
Entre as 64 estações acompanhadas, apenas Aral Moreira teve índice positivo, com 149 milímetros acumulados, volume 39% acima da média histórica. Nas demais localidades, a estiagem predominou, com 20 a 30 dias consecutivos sem chuvas significativas. O levantamento mostra que a seca foi mais intensa nas regiões Leste, Bolsão e Norte, enquanto o Pantanal apresentou leve excedente de chuva, segundo o SPI (Índice Padronizado de Precipitação).
A análise também revela que setembro registrou o maior déficit de chuvas do ano, com volumes entre 0 e 20 milímetros em grande parte do território. O Cemtec alerta que o cenário deve persistir, pois o La Niña segue com probabilidade de 70% de ocorrência entre novembro e janeiro. O fenômeno, de intensidade fraca a moderada, pode manter a instabilidade no regime de chuvas e aumentar os riscos para as lavouras.
De acordo com as projeções climáticas, as chuvas acumuladas devem ficar entre 500 e 700 milímetros nos próximos três meses. As temperaturas médias variam de 24°C a 28°C, ligeiramente acima da média histórica. Especialistas recomendam manejo técnico e escalonamento do plantio como medidas para reduzir perdas na safra, especialmente no período de maior incerteza climática.










