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Mudança em protocolo retira antirrábica imediata após mordida de cães e gatos

Os recentes ataques de cães da raça pitbull em Campo Grande chamaram a atenção para a mudança no protocolo de vacinação antirrábica na rede pública de saúde. A vendedora de peças automotivas Nathalia Mendieta, de 26 anos, contou que foi mordida ao tentar salvar outro cachorro que estava sendo atacado. Ao procurar atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Nova Bahia, foi informada de que não tomaria a vacina imediatamente, em razão das novas diretrizes.

“Eles não aplicam mais o protocolo antirrábico de início. Como o cachorro tem dono e, segundo as informações que recebi, é bem cuidado, a equipe pegou o endereço da residência do tutor, vai fazer a verificação da saúde do animal e acompanhar a evolução dos meus ferimentos”, relatou Nathalia.

A informação foi confirmada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que explicou que o protocolo de vacinação contra a raiva foi atualizado recentemente para garantir maior efetividade e segurança no manejo dos casos de agressões por animais.

“De acordo com as orientações atuais do Ministério da Saúde, a conduta depende da possibilidade de observação do animal agressor. Quando o animal não pode ser observado, a vacinação deve ser iniciada imediatamente. Já nos casos em que o animal pode ser observado, a profilaxia só deve ser iniciada se ele morrer, desaparecer ou apresentar sinais compatíveis com raiva durante o período de observação de 10 dias”, informou a pasta.

A Sesau reforça que, em qualquer situação de mordedura ou arranhadura, é essencial lavar o local do ferimento com água e sabão em abundância e procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima para avaliação e orientação sobre a necessidade de vacinação.

As mudanças estão descritas na Nota Técnica nº 8/2022, do Ministério da Saúde, que atualiza o protocolo de profilaxia pré e pós-exposição à raiva humana no Brasil. O documento, elaborado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, revisa as orientações de vacinação e uso de imunobiológicos diante da escassez mundial desses produtos e da mudança no perfil da doença no país.

“Considera-se a mudança do perfil epidemiológico da raiva no Brasil na última década, na medida em que se observa o maior registro de casos de raiva humana causada por animais silvestres, em detrimento de transmissão por cães”, destaca a nota.

A publicação também reforça que os serviços de saúde devem continuar utilizando as denominações oficiais do SAR (Soro Antirrábico) e da IGHAR (Imunoglobulina Humana Antirrábica), com registro detalhado na caderneta de vacinação.

O Ministério da Saúde orienta que todo contato com morcegos e outros mamíferos silvestres, mesmo domiciliados, seja tratado como acidente grave, exigindo início imediato do esquema profilático com soro e quatro doses de vacina antirrábica, aplicadas nos dias 0, 3, 7 e 14 após o contato.

Animais de produção, como bovinos, suínos e equídeos, passam a ser considerados de risco, e a necessidade de profilaxia deve ser avaliada conforme o tipo de contato e o cenário epidemiológico da região.

Em relação a cães e gatos, o texto mantém a conduta de observar o animal por dez dias após a mordida. Se ele apresentar sintomas de raiva, morrer ou desaparecer, o tratamento deve ser iniciado imediatamente. Caso permaneça saudável no período de observação, a profilaxia pode ser dispensada.

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