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Clima irregular e plantio acelerado favorecem surgimento de pragas na soja em MS

Produtores de Mato Grosso do Sul enfrentam pressão de pragas no início da safra porque técnicos da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) registraram incidência de caramujos e larvas nas lavouras entre outubro e novembro, período marcado por clima irregular e plantio acelerado em quase todo o estado, o que favoreceu o aparecimento de insetos de solo que atacam plântulas e reduzem o estande.

O boletim semanal destaca que o caramujo Drymaeus interpunctus aparece com incidência média nas regiões norte, centro e nordeste, onde técnicos identificaram danos iniciais em áreas recém-emergidas. O documento mostra que o torrãozinho-da-soja, inseto do gênero Aracanthus, também foi observado em densidades médias, sobretudo onde o plantio ocorreu sobre palhada acumulada.

O boletim da Aprosoja mostra que a fase fenológica das lavouras varia entre VE e V6 na maior parte do estado, etapa em que as plantas ainda possuem sistema radicular frágil e sofrem mais com ataques subterrâneos. Os técnicos relatam que a incidência de buva, capim-amargoso e tiguera de milho também aumenta a competição por água e nutrientes, o que amplia o estresse das plantas.

O levantamento aponta que a região norte registra incidência média de caramujo e torrãozinho, enquanto a região centro apresenta alta presença de buva e caramujo, cenário que exige atenção imediata para preservar o estande. O relatório mostra que a região sudoeste enfrenta média incidência de vaquinha e tripes, pragas que comprometem o vigor das plântulas.

Especialistas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Agropecuária Oeste explicam em publicações técnicas que pragas de solo ganham força no início da safra porque umidade, calor e acúmulo de resíduos criam um ambiente ideal para o desenvolvimento dos insetos. A instituição ressalta que caramujos e larvas cortam plântulas, interrompem o crescimento e provocam falhas que exigem replantio em situações mais graves.

A Embrapa orienta em seus materiais que o manejo preventivo deve incluir rotação de culturas, tratamento de sementes, monitoramento frequente e controle químico somente quando o nível de dano econômico é atingido. A instituição reforça que o acompanhamento diário permite detectar focos iniciais e reduzir perdas antes que as pragas se estabeleçam no talhão.

Os técnicos destacam que o início da safra coincidiu com avanço rápido do plantio, que alcançou 92,1% da área semeada até 14 de novembro, movimento influenciado por boas chuvas no sul e centro do estado. O boletim também indica que a previsão climática aponta chuvas irregulares e temperaturas acima da média devido à atuação do La Niña, condição que pode alterar a dinâmica das pragas nos próximos meses.

O boletim conclui que 93,7% das lavouras do estado estão em boas condições, mas alerta que pragas iniciais podem comprometer a produtividade se não houver resposta rápida. A análise reforça que o desempenho da safra depende de manejo ajustado ao clima e de ações antecipadas para reduzir perdas.

 

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