Entidade repassou ao Estado relatório de pesquisa que projeta cenários e sugere ações contra doença, de forma a preservar status de zona livre sem vacinação. Desenvolvido por pesquisadores da USP, estudo vai permitir avanço da vigilância baseada em risco já realizada pela Agrodefesa
Representantes do Governo de Goiás receberam, na quinta-feira (27/11), relatório final de estudo de impacto econômico sobre a reintrodução do vírus da febre aftosa no estado. A pesquisa foi encomendada pelo Fundo Emergencial para a Sanidade Animal de Goiás (Fundepec) e realizada por equipe de professores da Universidade de São Paulo. O objetivo do trabalho foi fornecer subsídios para o planejamento de ações voltadas à prevenção e ao combate à doença, contribuindo para a manutenção do status de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
O evento realizado na sede do Fundepec, em Goiânia, contou com a participação do vice-governador Daniel Vilela, do presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Ricardo Caixeta Ramos, e do secretário estadual de Agricultura e Pecuária (Seapa), Pedro Leonardo, além de gestores das pastas e representantes de entidades do setor produtivo. A cerimônia marcou a assinatura de protocolo de intenções para colaboração em ações contra febre aftosa.

Eles assistiram às palestras dos professores Fernando Ferreira e José Soares Ferreira Neto, que apresentaram a metodologia e os principais resultados da “Avaliação do impacto econômico resultante da reintrodução e disseminação da febre aftosa no estado de Goiás”. Os pesquisadores ressaltaram a necessidade de ação rápida e eficaz para detectar e eliminar os primeiros focos, caso eles surjam. Também detalharam possíveis cenários de espalhamento do vírus, bem como possíveis gastos e prejuízos financeiros à cadeia.
Em seu discurso, o vice-governador Daniel Vilela destacou a importância da iniciativa para a continuidade do combate à febre aftosa em Goiás. “Mesmo sabendo que o risco é baixo e que o Estado tem hoje todo o preparo e qualidade exigida pelos maiores mercados, esse trabalho contribui para que estejamos preparados para qualquer eventualidade relacionada à doença”, afirmou. O vice-governador garantiu que o Estado fará a tarefa de casa e usará os dados para manter a excelência do serviço de defesa agropecuária. “Fica aqui nosso agradecimento e nosso compromisso em estarmos sempre juntos nas ações voltadas ao setor”, completou ele.
Presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos reforçou que o serviço estadual de defesa agropecuária está alerta e preparado para eventuais emergências sanitárias. Ele citou como exemplo o trabalho bem-sucedido de contenção do foco de gripe aviária em junho deste ano em Santo Antônio da Barra. Caixeta também ressaltou a importância da educação sanitária para que a sociedade seja parceira da defesa agropecuária. “A notificação rápida de um caso suspeito de doença é tão importante quanto a reação”, resumiu.
Segundo o titular da Agência, o novo instrumento técnico apresentado na reunião contribui para o avanço da vigilância baseada em risco executada atualmente pela Agrodefesa e será incorporado ao Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás. “É um sistema inovador que vai reforçar todo o trabalho de defesa agropecuária. Nosso sistema já é o melhor do Brasil, exportado para mais de 17 estados. Essa ferramenta agrega ao nosso planejamento e ao trabalho que já realizamos”, destacou José Ricardo Caixeta Ramos.
Vocação
Titular da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), Pedro Leonardo Rezende, chamou atenção para a força da pecuária goiana. “Mesmo durante o período das políticas tarifárias do mercado americano, Goiás conseguiu aumentar as exportações de carne, o que demonstra essa grande vocação pecuária. É um estado que tem condição de apresentar todas as garantias sanitárias exigidas pelos principais parceiros comerciais e de conquistar novos mercados”, declarou.
Na mesma linha, o presidente do Fundepec, Alfredo Luiz Correia, relembrou a trajetória da pecuária goiana. “Ao longo das últimas décadas, o setor superou desafios que poucos acreditavam ser possíveis. Desenvolvemos pastagens tropicais, aprimoramos raças e construímos uma pecuária capaz de competir nos mercados mais exigentes, convivendo com ameaças sanitárias constantes. As entidades, produtores, frigoríficos e laticínios precisam caminhar lado a lado”, observou.
Também estiveram presentes ao evento pela Agrodefesa: o chefe de Gabinete, Vinicius Teixeira; o diretor de Defesa Agropecuária, Rafael Vieira; o diretor de Gestão Integrada, Renan Willian Martins; o assessor da Presidência Edmar Cardoso; a gerente de Sanidade Animal, Denise Toledo; a gerente de Educação Sanitária, Telma Gonzaga; a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH), Nara Cristiane Silva; e a coordenadora do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina e Bubalina (PECEBT), Sivane Dorneles Miranda, e a servidora Carolina Braga.
Fotos: Jota Eurípedes/Vice-Governadoria, Naira Batista/Fieg e Marco Aurelio Vigario/Agrodefesa
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