Estudos serão restritos ao laboratório e focados em genética, uso medicinal e fibras de cânhamo
A Embrapa recebeu autorização inédita da Anvisa para pesquisar o cultivo da Cannabis sativa no Brasil, exclusivamente para fins científicos. A aprovação exige inspeção prévia das instalações e estabelece regras rígidas de controle, sem possibilidade de comercialização dos resultados. Três unidades da empresa participarão do projeto: a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a Embrapa Clima Temperado e a Embrapa Algodão. O objetivo é desenvolver tecnologia própria para reduzir dependências externas, considerando a relevância econômica, social e medicinal da planta em âmbito internacional.
Antes de colocar qualquer muda no laboratório, a Embrapa terá de passar por uma inspeção presencial da Agência, que avaliará se todas as medidas de segurança estão instaladas. O trabalho será acompanhado de perto, e a Anvisa poderá exigir ajustes ao longo do processo. Não haverá qualquer possibilidade de comercialização dos resultados. O material vegetal gerado nas pesquisas só poderá ser enviado a outras instituições científicas que também tenham autorização formal.
Essa autorização foi relatada pelo diretor da Quinta Diretoria da Anvisa, Thiago Lopes Cardoso Campos. Ele defendeu que o país avance com base em evidências. Na avaliação dele, o estudo é uma forma de ampliar o conhecimento brasileiro e reduzir dependências externas em um tema que mobiliza a ciência no mundo todo. O diretor afirmou que produzir tecnologia própria é essencial para a saúde pública e para o desenvolvimento nacional.
O pedido da Embrapa se baseou no avanço internacional do setor. A instituição destacou que a Cannabis ganhou relevância econômica, social, ambiental e medicinal em diferentes países e que já possui condições técnicas para cumprir todas as exigências de segurança impostas pela Anvisa.
Com a autorização, três unidades da Embrapa poderão iniciar pesquisas específicas. A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia ficará responsável por conservar e caracterizar o germoplasma, que é o material genético usado em estudos de melhoramento. Na Embrapa Clima Temperado, o foco será a construção de bases científicas e tecnológicas para aplicações medicinais. Já a Embrapa Algodão vai trabalhar no pré-melhoramento de cânhamo destinado à produção de fibras e sementes
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