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Com alta de mais de 6% em dois meses, etanol só compensa em 8 estados e no DF

O preço médio do etanol aumentou 6,42% nos postos de combustíveis do país nos últimos dois meses. Com isso, a gasolina está mais vantajosa em 18 estados para abastecer veículos flex, enquanto o álcool está valendo mais a pena em 8 estados e no Distrito Federal.

É o que mostra a calculadora de combustíveis do g1, com base nos preços médios nos postos encontrados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última semana.

A calculadora do g1 considera o preço e o rendimento de cada combustível. Segundo especialistas, o etanol é mais vantajoso quando está custando até 70% do preço da gasolina. (entenda mais abaixo)

Os preços atuais também mostram uma mudança significativa de cenário em relação a dois meses atrás, quando o etanol era mais vantajoso em 14 estados e no Distrito Federal.

De acordo com o diretor-executivo da AbriLivre, Rodrigo Zingales, o ambiente mais favorável para a gasolina em alguns estados pode ser justificado, entre outros pontos, pelo seguinte movimento:

  1. alta no preço do etanol vendido pelo produtor à distribuidora, o que eleva o custo do combustível nos postos;
  2. política de preços da Petrobras, que ajuda a segurar o repasse dos aumentos da cotação do petróleo no mercado internacional;
  3. e custos de importação ainda comportados, o que ajuda a manter os preços da gasolina.

Veja abaixo qual combustível compensa mais em cada estado:

Preços médios do etanol e da gasolina nos estados e no DF

Estado Preço médio do etanol Preço médio da gasolina Qual compensa mais
Acre 4,73 6,84 etanol
Alagoas 4,16 5,75 gasolina
Amapá 4,99 5,62 gasolina
Amazonas 4,31 6,36 etanol
Bahia 4,49 6,07 gasolina
Ceará 4,45 5,70 gasolina
Distrito Federal 4,05 5,86 etanol
Espírito Santo 4,15 5,83 gasolina
Goiás 3,89 5,87 etanol
Maranhão 4,4 5,57 gasolina
Mato Grosso 3,6 5,94 etanol
Mato Grosso do Sul 3,62 5,67 etanol
Minas Gerais 3,87 5,73 etanol
Pará 4,30 5,85 gasolina
Paraíba 4,03 5,63 gasolina
Paraná 3,95 6,04 etanol
Pernambuco 4,28 5,89 gasolina
Piauí 4,04 5,68 gasolina
Rio de Janeiro 4,10 5,75 gasolina
Rio Grande do Norte 4,77 5,91 gasolina
Rio Grande do Sul 4,40 5,76 gasolina
Rondônia 4,75 6,38 gasolina
Roraima 4,80 6,15 gasolina
Santa Catarina 4,17 5,84 gasolina
São Paulo 3,67 5,64 etanol
Sergipe 4,53 6,07 gasolina
Tocantins 4,25 6,05 gasolina

Vale reforçar que a lista considera o preço médio por estado, com base no levantamento feito pela ANP ao longo da semana de 14 a 20 de abril.

Como funciona a calculadora?

Existe um cálculo básico para saber se o álcool é ou não mais recomendado que a gasolina para abastecer automóveis. Para chegar à conclusão, basta dividir o preço do litro do álcool pelo preço do litro da gasolina. Se o resultado for menor ou igual a 0,7, o álcool é o recomendado para abastecer.

Por que a regra dos 70%?

O professor Marcelo Alves, do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli/USP explica que esse cálculo é baseado no poder calorífico dos combustíveis, que significa a quantidade de energia existente na molécula de cada um deles.

Moléculas são propriedades de uma substância composta por um ou mais átomos. Os átomos são, por sua vez, formadores de matéria. Ou seja, tudo aquilo que ocupa espaço e possui massa.

“O poder calorífico significa, portanto, o quanto você consegue extrair de energia por massa de combustível. Ou seja, por unidade de massa de combustível”, diz.

O professor elenca ainda outras especificações, considerando a densidade (relação entre a massa de um material e o que ele ocupa) de cada combustível. “Em um dia frio, por exemplo, tanto a gasolina quanto o álcool ficam mais densos, e essa variação de densidade não é igual para os dois.”

“A regra dos 70%, portanto, é válida como um número indicativo, baseado em um dado empírico [confirmado a partir de experiências]”, reforça.

Ele esclarece ainda que pode haver uma diferença conforme cada veículo, incluindo se o sistema de injeção de combustível no motor for otimizado para queimar etanol ou gasolina.

“Portanto, o motorista precisa analisar uma média para o seu próprio carro”, sugere.

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