Um ataque armado ocorrido no domingo (16) na Terra Indígena Iguatemipeguá I, em Iguatemi (MS), resultou na morte de Vicente Fernandes Vilhalva, indígena Guarani Kaiowá, e deixou outros quatro feridos.
Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), cerca de 20 homens vindos de uma fazenda cercaram a área, destruíram barracos e fizeram disparos prolongados contra a comunidade.
O caso ocorre em meio a conflitos fundiários envolvendo retomadas de territórios tradicionalmente ocupados pelos povos Guarani e Kaiowá. Autoridades federais e estaduais foram acionadas, incluindo Polícia Federal, Ministério dos Povos Indígenas e Força Nacional, que investigam e monitoram a situação.
O que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:
- O que aconteceu na Terra Indígena Iguatemipeguá I?
- Quem foi a vítima identificada no ataque?
- Por que a região vive conflitos fundiários?
- O que dizem a Funai e o Ministério dos Povos Indígenas?
- Houve outras mortes ou detenções?
- Quem investiga o caso?
- Qual foi a atuação das forças de segurança?
- O que é a retomada da Terra Indígena Iguatemipeguá I?
- Quantas pessoas ficaram feridas desde o início dos ataques?
- Quais são as principais ações do governo no momento?
O que aconteceu na Terra Indígena Iguatemipeguá I?
Um grupo armado, estimado em cerca de 20 pessoas, atacou a comunidade Guarani Kaiowá, realizando disparos e destruindo barracos. O ataque deixou um indígena morto e quatro feridos. Segundo a Funai, essa é a quarta ocorrência semelhante desde 3 de novembro, dentro de um cenário de conflito fundiário na região.Quem foi a vítima identificada no ataque?

A vítima foi identificada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) como Vicente Fernandes Vilhalva, de 36 anos. Ele foi atingido na cabeça e morreu no local. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para procedimentos legais.Por que a região vive conflitos fundiários?
A área faz parte de um processo de retomada pelos povos Kaiowá e Guarani. Em outubro, a comunidade voltou a ocupar parte da Fazenda Cachoeira, dentro da TI delimitada em 2013. Desde 2015, o grupo também ocupa parte da Fazenda Cambará, somando-se a disputas envolvendo terras tradicionalmente reivindicadas.
O que dizem a Funai e o Ministério dos Povos Indígenas?
A Funai confirmou o ataque, informou sobre os feridos e destacou que este é o quarto episódio recente. O Ministério dos Povos Indígenas acionou órgãos de segurança e acompanha o caso. A ministra Sonia Guajajara afirmou que o ataque ocorreu no contexto de defesa territorial e reforçou a importância da demarcação para prevenir violência.
Houve outras mortes ou detenções?
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp) informou que, além do indígena, um funcionário de uma propriedade rural também teria morrido, e duas pessoas estão hospitalizadas. Um indígena ferido foi detido e conduzido à Polícia Federal. A informação sobre o segundo óbito é investigada pelas autoridades.
Quem investiga o caso?
A Polícia Federal realizou diligências desde as primeiras horas do domingo para apurar a dinâmica do ataque. As investigações incluem análise de vídeos, depoimentos e perícias no local. A PF permanece na região para acompanhar os desdobramentos.
Qual foi a atuação das forças de segurança?
A Força Nacional foi enviada para reforço, enquanto as forças estaduais prestaram apoio às equipes federais. Por decisão judicial, a Polícia Militar não fazia segurança ostensiva na área. O objetivo é estabilizar o território e garantir atendimento aos feridos.
O que é a retomada da Terra Indígena Iguatemipeguá I?
A retomada é a reocupação de áreas consideradas tradicionais pelos povos Guarani e Kaiowá. A região foi delimitada oficialmente em 2013, abrangendo cerca de 41,5 mil hectares. A retomada inclui áreas das Fazendas Cachoeira e Cambará, gerando disputas com proprietários rurais.
Quantas pessoas ficaram feridas desde o início dos ataques?
Segundo a Funai, oito pessoas ficaram feridas desde 3 de novembro, somando os episódios de violência ligados ao conflito fundiário. Os feridos do ataque mais recente aguardam atendimento médico, acompanhado pelas autoridades federais.
Quais são as principais ações do governo no momento?
O governo federal acompanha o caso por meio do Ministério dos Povos Indígenas e da Funai, que acionaram PF e Força Nacional. As ações incluem investigação, monitoramento da segurança e articulação para evitar novos ataques. A prioridade é proteger a comunidade e avançar nos processos de regularização fundiária.
Nadine Lopes, g1 MS










